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18 maio 2011

Procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação

Versículo Chave

"Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição;
porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis"
(2Pedro 1.10)

Lição 12 - de 20/03/2011

Texto da Lição: 2Pedro 1.1-11

INTRODUÇÃO

Aqueles para quem Pedro estava escrevendo conheciam o poder do paganismo como também tinham conhecimento de Deus e do evangelho. Eram confrontados agora a mostrar um caráter transformado por meio de atitudes que expressariam a firmeza de sua vocação. Deviam entender que a salvação está muito além do perdão dos pecados e que envolve a participação de cada crente na natureza e nas perfeições de Cristo de forma gradativa num processo de desenvolvimento.
Pedro nos mostra então três estágios necessários no desenvolvimento da salvação:

I - À CHAMADA

"... Aos que conosco alcançarem a fé...". Recebemos de Deus as bênças espirituais em Cristo Jesus (Ef. 1.3), porém, antes de tudo, precisamos aceitar o convite de Deus, ou seja, a sua chamada para uma transformação segundo a imagem de Cristo.

1. Para um novo nascimento - "...nos deu tudo o que diz respeito à vida...". Sabemos que cada ser humano, ao ser gerado recebe as informações genéticas do pai e da mãe, o que o faz herdar a forma, as características e a estrutura familiar. Também no plano espiritual nos foram concedidas todas as informações necessárias para um novo nascimento, fazendo-nos herdar as características do nosso Pai celestial (Jo 6.57).

2. Para uma nova vida"... para que fiqueis participantes da natureza divina...". Ao passarmos pelo novo nascimento, recebemos, também, um novo "tipo de vida", a de Deus. Esta deve ser manifestar na experiência cristã, absorvendo a expressão humana, a fim de torná-la divina, num processo gradativo que ao fim nos fará participantes da natureza essencial de Cristo (1Jo 3.2).

Ricas e preciosas promessas nos foram dadas conforme o texto, agora cabe a nós o interesse incansável na busca necessária, a fim de que tais promessas se concretizem.

II - CULTIVANDO A VOCAÇÃO

"A alma da religião é o seu aspecto prático" (João Bunyan). É bem verdade que ainda somos seres humanos, falhamos constantemente e vivemos num mundo que jaz no maligno, por isso mesmo devem ser postas em prática as verdades do evangelho, cultivando, assim, a nossa vocação.

1. Nossa vocação deve ser cultivada com esforço - "...pondo nisto mesmo toda a diligência". A Bíblia nos garante que, em Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8.37), porém não podemos vencer uma vez e para sempre. A vida cristã, para ser bem sucedida, será uma tremenda batalha diária contra o mal, que faz parte da natureza terrena. Não podemos viver a vida inteira dizendo que aquilo que almejamos não é o que fazemos (Rm 7.18). Precisamos vencer. Mas como?

2. Nossa vocação deve acrescentar virtudes - Fica entendido que o novo nascimento já aconteceu e a fé já existe. Esta fé é a fonte de todas as virtudes cristãs, que deverá ser explorada, olhando para o alvo, que é Cristo (Hb 12.1-2), dedicando-se inteiramente a Ele, rejeitando todos os meros valores humanos e terrenos. Pedro nos orienta que estas virtudes deverão abundar em nós, a fim de sermos frutíferos nesse novo tipo de vida.

III - CONFIRMANDO A ELEIÇÃO

O autor desta epístola deixa claro que todos aqueles que não confirmam a fé, mediante as virtudes, terminarão por falhar no propósito para o que a chamada foi dada, fazendo-nos entender que esta é a maneira eficaz de jamais tropeçarmos.

1. Pela transformação - Sete são as virtudes cristãs referidas no texto, que devem ser adicionadas à fé, porém não basta que existam em nossa vida, mas também devem ir aumentando sempre, porque a abundância destas nos conduzirão de inativos a ativos, de infrutíferos a geradores de frutos permanentes. Além disso, a má visão e a memoria fraca são sinais de evelhecimento precoce quando não se progride espiritualmente. Pedro prega contra a "crença fácil" e sem imperativos morais.

2. Para entrar no reino eterno - Não era de se esperar o contrário. Se tivermos o cuidado de adicionarmos à nossa fé as virtudes de Cristo com abundância, Deus também nos favorecerá, com as suas adições, a entrada abundante na vida eterna, nos lugares celestiais quando participaremos plenamente da modalidade da vida de Deus (Ap 21.3).

Esta é a reposta divina à fidelidade humana. Precisamos nos lembrar que esta entrada não precisa ser escassa e nem "como que através do fogo"  (1Co 3.15). Começa agora, sendo preparada pela transformação moral.

CONCLUSÃO

O caminho será árduo e talvez lento. Os obstáculos serão muitos e impedimentos deverão ser transpostos, pois o príncipe deste mundo fará de tudo para impedir a jornada, porém o cajado do poder de Deus também está sempre presente na vida daquele que se esforça para fazer firme a sua vocação. "Faça-se tudo com diligência... e vos será suprido o rico tesouro de Deus, tudo quanto vos possa ajudar em vossa jornada para os céus"  (Lumby).

08 maio 2011

Crescendo na graça continuamente

Versículo Chave

"desejai afetuosamente, como meninos 
nascidos, o leite racional,  não falsificado
para que, por ele, vades crescendo"
(1Pedro 2.2)

Lição 11 - 13 de março de 2011

Objetivo da Lição

Ensinar que o crescimento cristão, em graça, deve ser contínuo;
Mostrar que este crescimento quase sempre se dá por meio de sofrimento.

Leitura da Palavra: 1Pedro 2.1-20

Introdução

Escrita provavelmente entre 60-63 d.C., e dirigida aos judeus e gentios convertidos, dispersos nas províncias romanas da Ásia Menor, essa passagem traz-nos uma mensagem desafiadora que nos desperta a melhorar a qualidade da nossa vida cristã a cada dia. Por meio dela, Pedro cumpre o que Cristo lhe havia pedido: "E tu quando te converteres, fortalece a teus irmãos" (Lc 22.32). Assim ele nos indica o caminho para alcançar um crescimento espiritual genuíno e constante, que certamente se fará presente se observarmos alguns preceitos que serão estudados a seguir.

I - DEIXANDO O QUE IMPEDE O CRESCIMENTO CONTÍNUO

No primeiro versículo diz: "Deixando, pois, toda malícia, e todo engano, e fingimentos" (1Pedro 2.1). O crescimento espiritual é uma batalha diária (Ef 6.11,12) que somente será vencida se retirarmos primeiro o que nos impede de crescer. No contexto dessa passagem, essa luta se intensificava por causa das constantes perseguições, (1Pedro 4.12) mas Pedro ensina àquele povo, e também a todos nós, como nos livrar dos males que impedem o nosso crescimento espiritual:

1. Através da santidade:

"(...) vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma" (1Pedro 2.11). Deixar toda sorte de embaraços e levar uma vida de santidade perante o Senhor é fundamental para o nosso crescimento espiritual (Ef 4.22-31; 2Co 7.1), que somente será contínuo se fundamentado numa vida de obediência à Palavra, e santidade (Rm 6.19;1 Ts 4.7). Devemos ser mais santos hoje do que fomos ontem, nos livrando dos grandes e pequenos embaraços que nos impedem de crescer, lembrando sempre do que o Senhor nos exige: "Sede santos, porque eu sou santo" (1Pe 1.160).

2. Através do sofrimento

Aquele povo enfrentava o fogo ardente dos judeus hostis e dos gentios fanáticos (1Pe 4.12), mesmo assim Pedro os exortavam a deixar toda murmuração e se alegrar no Senhor, reconhecendo o sofrimento a fonte de seu crescimento espiritual (Mt 5.10-12) tal como fizeram os apóstolos, que perseveraram com alegria (At 5.41). A forma como enfrentamos as tribulações se torna diferenciada a medida que crescemos na fé, pois reconhecemos que através das mesmas o Senhor prova o nosso amor e fidelidade e somos aperfeiçoados, nos tornando melhores cristãos (21Pe 5.10).

3. Através da submissão
"Sujeita-vos, pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor". Apesar de Nero, o imperador romano deste período (54-68 d.C), constantemente massacrar os cristãos, Pedro os leva a reconhecer sua autoridade como proveniente de Deus, sendo lhes submissos (Rm  3.1,2). Pedro acompanhou de perto a Jesus e teve nele o seu melhor exemplo de submissão que, ao contrário de Adão, (Rm 5.19) permaneceu obediente não somente à vontade do Pai, mas também às autoridades constituídas por Ele (Mt 17.24-27; 22.15-22; 26.42). Essa submissão é importante para o cristão, tanto dentro como fora da igreja, (Hb 13.17), pois além de prover um bom testemunho (Tt. 2.9,10), permite controlar a velha natureza humana, alcançando a humildade e mansidão, essenciais para o crescimento espiritual (1Pe 5.5; Ef 4.2).
 
II - DESEJANDO O CRESCIMENTO CONTÍNUO 
 
"Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional". Toda ação é fruto de uma intenção. Portanto, o cristão que deseja crescer espiritualmente deve traçar objetivos para a sua vida cristã levando em conta os seguintes aspectos: 
 
1. Como peregrinos em terra estrangeira
"Como a peregrinos e forasteiros". Pedro chama aquele povo a conviver neste mundo como se não pertencesse a ele, pois é justamente esta visão que alicerça o nosso desejo de crescer espiritualmente. É inadmissível que o cristão somente faça planos para melhorar sua vida econômica e profissional, e não tenha objetivos para melhorar sua vida espiritual. É imprescindível que todo servo do Senhor esteja consciente de que não pertence a este mundo, (Rm 12.2), pois somente assim o seu desejo e suas ações estarão voltados para o seu crescimento espiritual (Cl 3.1-4). 
 
2. Como novamente nascidos
"(...) para que, por ele, vades crescendo". Pedro instiga o povo a buscar o crescimento através da Palavra, como o desejo faminto de uma criança em busca do alimento. Um dos sinais que indica o crescimento espiritual é o desejo de se alimentar com a Palavra de Deus e andar conforme ela ensina (Sl 119.11,33,34; Ef 6.17). Atualmente contamos também com vários recursos (seminários, cursos, livros, etc.) que nos auxiliam no objetivo de crescer no conhecimento da Palavra. No entanto, muitos estão estagnados na fé, porque não reconhecem, na Palavra do Senhor, o alicerce que garante a estrutura sólida do cristão (2Tm 2.15; Jo 8.31). 
 
3. Como pedras vivas
"Vos também como pedras vivas, sois edificados". Cristo é a pedra viva na qual está fundamentada a nossa fé. Pedro mostra àquele povo que, em semelhança a Cristo, devem desejar também ser pedras vivas, o que significa ter como objetivo uma conduta ilibada, livre de qualquer acusação e praticar boas obras. Assim, o cristão vai sendo edificado, crescendo espiritualmente e fazendo a diferença no mundo, tal como Cristo o fez; (v. 12 da leitura) "Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos". 
 
III - CAMINHANDO PARA O CRESCIMENTO CONTÍNUO 
 
"Chegando-vos para Ele , a pedra viva". Sabemos que Deus efetua em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13), mas a atitude de caminhar em direção ao crescimento espiritual é responsabilidade do cristão que, quando levada a efeito, atinge não somente o seu crescimento pessoal, mas toda a Igreja também começa a crescer, como: 
 
1. Em quantidade
"Vós sois geração eleita".  Pedro foi um dos doze escolhidos por Jesus (Mt 4.18,19) e, mais tarde, milhares se ajuntaram a ele e aos apóstolos (At 2.41). Esse crescimento em número indicava uma preocupação constante em cumprir o que Deus determina (1Pe 2.9). Quando crescemos na fé, sentimos a necessidade de trazer os pecadores para Cristo, aumentando em quantidade o que deverá sempre melhorar em qualidade. 
 
2. Em qualidade
"(...)o sacerdócio real, a nação santa". No antigo testamento o sacerdócio e a realiza eram separados de acordo com a antiga aliança mas, por intermédio de Cristo, todos nós somos reis e sacerdotes (Ap 1.6; 5.10). No entanto, essa bênção de ser instrumento de Deus também implica em responsabilidades à Igreja do Senhor (Tg 5.13-16; Ef 4.11-15) e, para assumi-las, é imprescindível um crescimento contínuo na Sua presença. 
 
3. Em direção a uma herança incorruptível
A plenitude do nosso crescimento espiritual somente se dará quando deixarmos de ser peregrinos nesta terra, para habitarmos o reino celestial, a nossa morada definitiva (2Tm 4.6-8). E somente se encontrarão lá os que perseverarem nesta longa jornada, rumo ao amadurecimento espiritual (Tg 1.12). 
 
CONCLUSÃO
 
Escrita por Pedro, alguns anos após a sua conversão, esta passagem denota o seu crescimento espiritual. O Pedro inquieto, impulsivo, destemido, às vezes, covarde (Mc 8.33; Lc 22.57; Jo 18.10) dá lugar a um homem maduro, amoroso e perseverante (At 2.37-41; 4.13). Este é o poder transformador do Espírito Santo, que concedeu a ele e também concederá a você, que ama a Cristo e a Sua Palavra, um crescimento genuíno e contínuo do Deus altíssimo.