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06 junho 2012

RISCOS DAS EXPERIÊNCIAS EMPÍRICAS

Como foi escrito na postagem passada sobre "Combatendo a Frieza Espiritual" não é fácil identificar os erros que permearam a igreja nestes últimos séculos, por outro lado, é difícil combatê-los, já que isso abalaria a estrutura de muitas organizações consideradas cristãs. Cada vez mais, movimentos e organizações estão reivindicando, dos textos bíblicos, apoio para suas "revelações", "visões", "profecias" etc.

Infelizmente estes erros se infiltram no universo cristão, de maneira muito sutil, quase imperceptível, até porque, vêm sempre vestido de uma capa "espiritual". Portanto, o que devemos fazer para combater tais experiências?

Em Tiago 1.21-25 diz: (21) "Pelo que, rejeitando toda a imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma. (22) E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. (23) Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural; (24) porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era. (25) Aquele, porém, que atenta bem a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem aventurado no seu feito".

 IDENTIFICANDO AS EXPERIÊNCIAS EMPÍRICAS

Empirismo é a doutrina ou ação proveniente unicamente da experiência, negando a existência de princípios investigativos, acreditando que se pode chegar ao conhecimento da verdade. Neste caso, a Bíblia se torna responsável por endossar tais experiências, e não o contrário. Vejamos de maneira mais prática:

1 - Manifestação sobrenaturais surgidas de fontes extra-bíblicas - Nestes últimos anos, temos presenciado as mais estranhas manifestações, quase sempre, vindas de pequenos grupos isolados, que afirmam tê-las recebido da parte de Deus. Depois, procuram textos na Bíblia distorcidos ou fora do contexto, para tentar provar que há embasamento Bíblico. Isto é o que a Bíblia chama de "particular interpretação" (2Pe 1.20) e chamamos de extra-bíblica porque não é resultado de um estudo bíblico em elaborado (Ne 8.8).

Estas manifestações chegam a ser bizarras, ou seja, dons de mugido, rugido, uivos; aves sendo batizadas com o "Espírito Santo" no galinheiro; rodopios, levitações e danças - herdadas do candomblé, são apenas alguns exemplos.

Assim como os sinais seguem os que crêem, as experiências cristãs devem seguir a interpretação correta das Escrituras e não o contrário - (Ler 1Jo 4.1).

2 - Ensinos que contradizem o contexto do Antigo e do Novo Testamento - Recentemente certo repórter, na tentativa de desmoralizar a Bíblia, se vestiu de Moisés e saiu pelas ruas de São Paulo, tentando viver tudo que seu personagem viveu no passado. Como nada deu certo, ele concluiu dizendo que a Bíblia é um livro impraticável. Não tinha mesmo como dar certo, pois ele quis viver Moisés fora do seu contexto histórico. É desta maneira que muitos cristãos, principalmente líderes, estão interpretando as Escrituras. Alguns cultos apresentam os mesmos rituais da época do tabernáculo ou do templo de Salomão, mas são práticas com razões culturais e históricas próprias daquela época. Portanto, é contraditório querer como Miriam ou Davi, tentar ser um levita, usar elementos rituais como: sal grosso, azeite, arca etc, quebrar as maldições proferidas no monte Ebal ou evocar as bênçãos do monte Gerizim (Dt 11.29).

A Bíblia é  um ensino para ser vivido (Rm 15.4). Ou seja, devo me resguardar de ser desobediente como Saul, mas não adianta querer ser rei como ele foi. Os acontecimentos bíblicos nos sobrevieram como figuras e sevem para que estejamos cientes de que existem consequências para os atos bons e maus (1Co 10.11).

3 - Movimentos que desvirtuam o plano geral das Escrituras - Como vimos anteriormente, muitos têm procurado viver a vida cristã de acordo com a antiga aliança, por ser mais fácil, já que era constituída de cerimônia e rituais, enquanto que a nova aliança traz uma vida mais prática, introspectiva, do coração (Dt 30.14; Jr 31.33).

Sem dúvidas, é melhor entrar no templo cantando e saltando de alegria do que louvar a Deus dentro de uma prisão gelada, úmida, por amor a Cristo (Sl 122.1; At 16.24, 25).

Os movimentos surgidos nos últimos anos têm respaldo somente no antigo testamento e desvirtuam o plano geral das Escrituras. Fala-se de uma "geração de novos adoradores, geração profética, geração dos sonhos restaurados", mas de que maneira eles têm cumprido o maior propósito de Deus para o cristão? (Ler Rm 8.29).

COMBATENDO AS EXPERIÊNCIAS EMPÍRICAS

Só podemos combater esse mal conhecendo as Escrituras Sagradas "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2.15).

Como combater essas experiências:

1 - Por meio da palavra de Deus - "...recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma." (Tg 21b).

Em Botânica, o enxerto é uma "operação que consiste em introduzir uma parte viva dum vegetal em outro, para que neste se desenvolva como se desenvolveria na planta de onde saiu" (Dicionário Aurélio). É isto que Deus espera dos cristãos: a Sua palavra foi enxertada neles e deve gerar vida da mesma maneira como gerava quando ainda estava em Deus (1Pe 1.23-25; 2Pe 1.21). É esta palavra que nos salva (2Tm 3.14, 15).

2 - Pela rejeição dos modismos infiltrados - "Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia..." (Tg 21a)

As Escrituras nos alertam que os falsos mestres surgiriam (2Pe 2.1). No texto, a palavra "encobertamente" indica que, por razões próprias da avareza, "farão de vós negócio", "com palavras fingidas" (2Pe 2.3), ocultamente. Todo aquele que passa ou tenta passar qualquer ensino de modismos, doutrinas extra bíblicas, pode ser visto como "falso mestre".

Um grande mal observado nas igrejas é a tolerância com pequenos erros, que contrariam as Escrituras (Bíblia), mas são aceitos por conveniência e, se alguém tenta combater, quase sempre é tachado de radical e ultrapassado. Mas será que Deus tolera pequenos erros na observação da Sua Palavra? Vejamos:

"Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás" (Dt 12.32);

"Atenda, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte" (Ex 25.40);

"Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro" (Ap 22.18, 19).

3 - Pelo cumprimento da Palavra de Deus - "Sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes..." (Tg 22a).

Não basta obedecermos às leis de trânsito para chegarmos a São Paulo, é necessário, também, seguir a estrada que nos levará até lá. Do mesmo modo, a Bíblia não é apenas um punhado de regras a ser seguido, mas um manual mostrando uma rota até os céus. A Bíblia diz que: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2Tm 3.16, 17).

Concluindo, o empirismo é uma maneira que os desobedientes acharam para fazer da Bíblia um livro de "particular interpretação". As pessoas levadas por esta corrente não conseguem cumprir as Escrituras, pois se prendem apenas àqueles textos que lhes parecem convenientes, para prosseguir no seu erro.

Voltemos à palavra com temor, mesmo que para isso tenhamos de seguir caminho contrário à multidão, pois somente a palavra de Deus pode salvar a nossa alma e combater a frieza espiritual.

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