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04 março 2014

- A vida Cristã em Parábolas: O Joio e o Trigo


    Pretendemos com esse tema mostrar os ensinamentos de Jesus, estimulando os leitores a uma tomada de decisão diante dos grandes desafios da vida cristã.

    Sabemos que o cristianismo é uma "pedra de grande valor" e que precisa ser tomada à força. Infelizmente, de um modo geral, a visão do Reino de Deus tem sido turvada pelo reino deste presente século e, consequentemente, aguçado nossos sonhos em volta de muitos planos ambiciosos para esta vida efêmera, com isso perdeu-se o "sal" e ofuscou-se a "luz".

    A nossa oração é para que o Senhor, por meio deste estudo, reanime a nossa alma afadigada com as iguarias deste mundo tenebroso e nos faça volver como "filhos pródigos" ao seio do Pai.

    Queira Deus nos abençoar, concedendo-nos a sua misericórdia para podermos alcançar a vida eterna em Cristo Jesus.

I - O Joio e o Trigo (Mateus 13.24-30; 36-43)

    Quando Jesus apareceu pregando e ensinando a respeito do reino, valeu-se de parábolas com o objetivo de esclarecer as verdades que o formalismo de então havia encoberto. Nestas parábolas, estão contidos os mais importantes ensinos concernentes à vida cristã.

    Tomando como base as palavras de Jesus concernentes ao joio semeado no meio do trigo, destacaremos algumas verdades que cremos ser de grande valor para o nosso crescimento espiritual.

    1. O inimigo é o agente fomentador da mistura

        "E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso" (Mt 13.28a).

      O papel do adversário é fazer oposição à obra de Deus. É assim que o diabo, "o inimigo", é identificado na parábola (v. 39). O texto deixa claro sua existência e mostra que ele não mede esforços para alcançar o seu objetivo. De acordo com o texto, podemos entender como ele semeia suas "ervas daninhas" no seio da Igreja:

        a) Ele se aproveita do sono

       Mateus 13.25a - "Mas dormindo os homens". Ele se aproveita da sonolência dos ministros de Deus.

          Aproveitar as oportunidades é uma demonstração de quem leva a sério o alcance de suas metas. Diante disso, é bom frisar que, no momento em que os homens dormiam, ele se valeu da situação e atacou. Portanto, a verdadeira motivação tem como base a negligência e a displicência espirituais. Muitos dos ministros que deveriam vigiar em oração a propriedade de Deus e zelar dela aplicando os ensinos da Palavra estão sonolentos e envolvidos em muitas ideologias. Esquecem-se da advertência de que devemos vigiar e orar, pois o nosso "adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar" (1 Pedro 5.8).

        b) Ele é oportunista

          O papel do adversário é minar a estrutura da Igreja, por isso espalha nos corações usura, inveja, heresias, orgulho, impiedade, falsidade, adultério e outros tipos de males, como foi o caso de Ananias e Safira que, sendo cristãos, e tendo toda a liberdade de ofertar com um coração sincero, deixaram Satanás encher seus corações de falsidade, avareza e destemor a ponto de mentirem para Deus (Atos 5). O diabo não enfrenta os cristãos cara a cara, mas pela retaguarda, sempre procurando oportunidades, e, no menor vacilo, ataca, fere e mata (Jo 10.10).

       c) Ele é sutil

           "... veio o inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se" (Mt 13.25b).

         Quem já presenciou o ataque de uma víbora, pôde perceber duas coisas: primeiro, a rapidez do ataque; segundo, a estratégia. A víbora não tem interesse em segurar a vítima, ela injeta o seu veneno e volta ao seu esconderijo, aguardando a sua atuação mortífera.

      O diabo é chamado de "antiga serpente" (Ap 12.9), provavelmente pelas características semelhantes às da cobra venenosa. No texto vemos que o maligno semeou o joio e "retirou-se". Depois do ato perverso, ele se escondeu e aguardou o veneno fazer seu efeito. É desta forma que ele leva a termo seus ataques ardilosos. Sua "ausência" momentânea é uma estratégia pra dificultar a identificação do mal no seio da Igreja.

II - A semelhança dificulta a identificação

    Na apresentação do reino, o texto nos revela uma realidade: o bem e o mal coexistem. Muitas vezes, seus agentes dividem o mesmo espaço e podem ter características semelhantes. Vamos entender melhor:

     1. O trigo e o joio no mesmo campo

       "O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do Reino; e o joio são os filhos do maligno" (v. 38).

        Quando o Senhor orou pelos santos, disse: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal" (Jo 17.15). Os filhos do reino estão juntos com os do maligno, não para serem influenciados, mas para influenciar por meio de suas vidas e pela pregação do evangelho, que é o poder de Deus para salvar e transformar o homem (Rm 1.16).

       Não podemos ignorar a presença do joio e do trigo no mesmo terreno trabalhado pelo lavrador; isso nos leva a admitir a coexistência de filhos do reino e filhos da trevas na mesma congregação dos santos e que somente no dia da colheita, serão de fato distinguidos.

      Hoje, com as formas variadas de culto e louvor, ficou ainda mais difícil distinguir entre um cristão e o não cristão. Por vezes, chegamos a confundir trigo com joio e vice-versa.

    2. O trigo e joio são aparentemente iguais

       Era comum semear joio na plantação de trigo alheio com o propósito de vingança, uma vez que ele só poderia ser notado quando o trigo crescesse e frutificasse. Da mesma maneira, os falsos cristãos só podem ser identificados quando confrontados com os verdadeiros. Paulo chegou afirmar: "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1 Co 11.19).

       Assim, a congregação reúne várias características, porém existe um fator que distingue o santo do profano: as atitudes do nosso coração, visto que são elas que dizem o que realmente somos. De acordo com o visto que são elas que dizem o que realmente somos. De acordo com o Senhor, cada árvore é conhecida pelo seu fruto (Lc 6.44a).

       Os "filhos do maligno", representados pelo "joio", promovem contendas, murmurações e cismas na igreja, mas estão tão entranhados no meio dos "filhos do reino" que é praticamente impossível arrancá-los sem prejudicar os inocentes (v. 29).

III - Os filhos do maligno serão separados para a vergonha eterna

   Muitas vezes, ouvimos questionamentos acerca de tanta injustiça e impiedade que reinam no mundo. No entanto, o mal não reinará eternamente, pois será exterminado definitivamente. Assim também será com os que praticam a iniquidade, serão separados para a vergonha eterna, enquanto os que praticam a justiça herdarão o reino. E isso se dará nas seguintes circunstâncias:

    1. No tempo da ceifa

        a) "...e a ceifa é o fim do mundo..." (v 39b).

          Muitas vezes queremos efetuar, por nós mesmos, o juízo final, fazendo acepção de pessoas, excluindo-as do nosso convívio e até mesmo tachando-as de joio. Queremos ceifá-las antes do tempo; no entanto, de acordo com o texto, os servos quiseram arrancar a erva que crescia junto ao trigo, mas o Senhor do campo não permitiu. A razão para tal atitude foi a de preservar o trigo que provavelmente seria prejudicado, por isso o Senhor deixou tudo para o momento da ceifa (Mt 13.40,41).

       b) Na eternidade

           Por fim, o joio encontrará definitivamente o seu lugar. Os crentes de má qualidade não ficarão impunes para sempre. "Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" (Sl 1.5).

         O papel dos filhos de Deus é dar bons frutos e os do maligno é dar frutos maus. Por isso se diz: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se" (Ap 22.11). No momento certo: "vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve" (Ml 3.18).

        Na eternidade, os crentes desobedientes não poderão permanecer escondidos no meio da congregação dos santos e cada um terá o seu destino. Do "joio" se diz: "e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes" (Mt 13.42). Mas quanto ao "trigo": "Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça" (Mt 13.43).

As verdades ensinadas pelo Senhor Jesus Cristo, por meio das parábolas não têm como objetivo apenas o acréscimo de conhecimento; visam, sobretudo, ao despertamento da consciência daqueles que ambicionam herdar o reino de Deus.

O cristão tem papel importante como luz do mundo. Deve, portanto, fazer a diferença pelas suas obras e conduta cristã, em contraposição ao "joio" que o inimigo semeou.