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22 dezembro 2014

- Mensagem de Deus para a igreja hodierna (Ezequiel 2.1-10; 3.1-3)

Apresentação

Antes de entramos no estudo, queremos sintetizar um pouco sobre a vida de Ezequiel.
Ezequiel significa  "(Deus fortalecerá) - profeta de família sacerdotal levado cativo para a Babilônia em 597 a.C. quando tinha por volta de 25 anos de idade. Sua chamada para o ministério profético deu-se cinco anos depois. Profetizou ao povo cativo que habitavam perto do rio Quebar, em Tel-Aviv. Foi casado com aquela que seria ' "a delícia de seus olhos" '. Mas Deus, em Ezequiel 24.16, disse: 'Filho do homem, eis que tirarei de ti o desejo dos teus olhos dum golpe, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.'  Um dos eventos mais tristes de sua vida foi a morte da esposa. O profeta fora avisado que no mesmo dia em que recebesse essa revelação, sua esposa morreria durante o cerco dos exércitos da Babilônia à cidade santa de Jerusalém. Ezequiel ficara muito triste e se lamentava muito. No versículo 17, Deus chama Ezequiel e diz a ele para refrear o gemido e não tomar luto por mortos; pede para apertar o turbante e meter nos pés os teus sapatos.".
Vejam que o profeta muito triste com a morte da esposa teve que recompor-se, fortalecesse para pregar a Palavra do Senhor ao povo cativo. "Ezequiel recebeu orientação para não lamentar-se, antes deveria permanecer inabalável (a palavra inabalar é um adjetivo masculino e feminino, ou seja, que permanece fixo; em que há firmeza; que não se consegue abalar; fixo. Em um sentido figurado quer dizer que está excessivamente enraizado; arraigado ou que não se pode quebrar; que é resistente; inflexível ou ainda, que não se perturba; implacável ou imperturbável - É desse tipo de Igreja que Deus precisa para fazer a sua Obra.) diante de tal tragédia do mesmo modo como o povo de Deus deveria preparar-se para a morte de sua amada cidade (Ez 24.15.22). Talvez nenhum outro episódio na vida seja tão tocante quanto este. Ezequiel mostra-nos quão terrível e sério é nosso pecado. É provável que esse tenha sido o motivo de Deus ter agido de maneira tão radical ao lidar com a condição humana - ao enviar seu Filho Jesus para morrer em nosso lugar e nos libertar das amarras do pecado."

Introdução

Ao enviar o profeta ao povo com poderosas mensagens e exortações, Deus procurava trazer para si, Israel, para que, esse povo, pudesse entender e viesse a ter uma mudança radical que envolveria pensamentos, vontade, emoções, religião e viver diário, pois havendo arrependimento de todas as transgressões cometidas, "... não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou, viverá. Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? - diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?" (Ez 18.22,23).
Esperamos que a Igreja atente para as mensagens que o Senhor lhe dá. Nesta ocasião, deverá tomar posição adequada diante de tudo que receber de Sua parte.
Embora esse estudo seja um pouco extenso, ele ajudará muito na compreensão e no dever que a igreja deve ter para pregar a Palavra de Deus quer ouçam ou não.

Igreja de hoje, pregue a Palavra

Este estudo pretende mostrar que existem características peculiares, que identificam os comissionados por Deus para pregar a Sua palavra ao mundo em rebelião. Por outro lado, levará os leitores a compreenderem qual a postura dos que ouviram a chamada e que pretendem assumir a responsabilidade, levando em conta que a tarefa é difícil e traz grandes perigos, embora seja certa a ajuda e amparo de quem nos enviou.

 I - Quem são os comissionados (Ez 2.1-5).

Segundo as Escrituras, todo cristão é comissionado a levar as boas novas aos necessitados, no entanto, nesta lista, não entra o pseudocristão (falso cristão), mas apenas os filhos e servos de Deus que são patriotas do reino celestial.
"Alguém frágil nascido da carne e instruído com ideias humanas". "Esta voz me disse: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo" (v. 1) - O Senhor dirige a sua voz a seres humanos frágeis, destituídos de qualquer virtude e totalmente indignos. Usa o termo: "filho do homem para preservar o mensageiro contra o orgulho que o levaria a falar de si mesmo e não da vontade Deus" (B. Shedd). Os comissionados são apenas "uma voz que clama no deserto". Portanto, "irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento" (1Co 1.26). Para manifestar a Sua excelente glória "... escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes (...) escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (1Co 1.27-29).
"Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava" (v.2) -  É bem conhecida a frase: "Deus não chama capacitados, mas capacita os chamados". Podemos notar nesse versículo que, apesar da voz divina ter ordenado para que Ezequiel ficasse em pé, essa façanha só foi possível quando entrou nele o Espírito. Da mesma forma, foi ordenado aos crentes "... permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49) e "... sereis minhas testemunhas" (At 1.8b). Sem o poder do Espírito Santo, somos como um machado caído na água (2Rs 6.5), totalmente inútil para a tarefa que tem para desempenhar.
"Ele me disse: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se insurgiram contra mim..." (v.3) - O Senhor se apraz em realizar coisas grandes por meio de seres pequenos. A responsabilidade dos servos de Deus é enorme, visto que precisam falar de paz aos que estão em guerra (Sl 120.7), falar de amor aos que odeiam sem causa (Sl 38.19), anunciar boas novas de salvação aos que merecem unicamente a condenação (Mt 23.33). O exemplo de Estevão deixa claro que não fomos chamados para brincar de evangélicos (At 7.60), pelo contrário: "... Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (Lc 10.3).
"Os filhos são de duro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus" (v.4) - Somos "diplomatas" de Deus, enviados sob Sua autoridade para saquear almas do poder das trevas. Como o Pai enviou Seu Filho (Jo 6.38) e lhe deu autoridade (Mt 28.18), assim, também, fez Jesus a nós (Mt 10.1). O poder e a mensagem não são nossos, mas daquele que nos enviou. Somos constituídos pelo Senhor para arrancar, derribar, destruir, arruinar, edificar e plantar (Jr 1.10) em Seu nome e, se nos afrontarem, terão que lidar diretamente com aquele que nos enviou, exatamente como aconteceu com os filhos de Amom, que afrontaram os enviados do rei Davi (2Sm 10.1-7).
A autoridade dos servos de Deus está em falar somente as Palavras do Seu Senhor. Se falarmos em nosso próprio nome, ou sem ser enviados, ficaremos envergonhados (At 19.13-16). Devemos atentar para o belo exemplo de Paulo: "... quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria (...) a minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder" (1Co 2.1; 4) ou do apóstolo que, ao ser interrogado sobre a procedência da sua autoridade, não titubeou: "... Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: (...) em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós" (At 4.7,8; 10).

II - Qual a postura dos comissionados? (Ezequiel 2.6-10; 3.1-3)

Ser comissionado por Deus não significa estar isentos de problemas, de perseguições e até mesmo perigo de morte. Por tudo isso passou Jesus, Paulo e os demais apóstolos. A história da Igreja prova que o mesmo aconteceu com muitos servos fiéis. E agora? Sabendo disso, qual deve ser a nossa postura?
Devemos ser firmes (lembra da palavra inabalável?) diante das opiniões resistentes, "Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque são casa rebelde..." (v. 5). Vivemos em uma sociedade que fazem pouco caso da nossa pregação e, quando a confrontamos com a Palavra de Deus, nos ameaçam com suas opiniões e leis. Infelizmente, com medo, muitos acabam recuando e até mesmo fazendo-se simpáticos com aquilo que apregoam, mesmo sabendo que contraria as Escrituras Sagradas. Mas, o Senhor já nos advertiu: Fale! Grite! "Tocai a trombeta em Sião e dai voz de rebate no meu santo monte; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o Dia do Senhor vem, já está próximo" (Jl 2.1). Pregue a Palavra: "... quer ouçam quer deixem de ouvir".
Quando Deus estava para levar Moisés, esse por sua vez, chamou Josué e o instruiu e o orientou a seguir a Palavra de Deus. Josué se viu com uma grande responsabilidade. No entanto, Deus o chama é diz: "Moisés, meu servo, é morto; levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel" (Js 1.2). "Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares." (Js 1.9). Então? Diante desse acontecimento, Deus o encoraja a estar firme e inabalável e Josué passou a preparar o povo a passar pelo rio Jordão com ânimo sabendo ele que Deus não o deixaria e nem o desampararia.
A igreja deve ter coragem diante das reações violentas que por ventura poderão surgir. Vejam o que diz o versículo 6 de Ezequiel 2: "Tu, ó filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras, ainda que haja sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, em te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde". O evangelho anuncia boas novas de paz, mas o mundo jaz no maligno, portanto, devemos estar preparados para as agruras, pois "no mundo tereis aflições" (Jo 16.33). Esta falsa paz que contemplamos em nosso país brasileiro é resultado de um cristianismo acomodado com o sistema, todavia, quando reagirmos, assumindo a posição de verdadeiros atalaias, esse gigante se levantará como "sarça, espinho e escorpião". O exemplo de Paulo é o suficiente para entendermos a nossa missão: "em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigo entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos" (2 Co 11.26). Note a repetição da palavra "perigo".
A igreja deve persistir em falar somente a Palavra de Deus, quer ouçam ou não, porque estamos vivendo em uma época que muitos pregadores e mestres interesseiros abriram mão de pregar a sua mensagem para fazer uso de ferramentas, tais como: psicologia, psicanálise, oratória, ilusionismo etc. Desta maneira, fica fácil encher templos suntuosos. "Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes" (v. 7). O enviado de Deus não perde sua origem como "filho do homem" por estar pregando a Palavra. Ele não se considera Deus (At 12.21-23) e nem tão pouco, o considera seu semelhante (Sl 50.21). Ele fala somente as palavra que Deus quer que fale (Mt 28.20), "... quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes".
Ao serem chamados por Deus, os comissionados devem ter postura e dispostos a serem obedientes para saberem o momento exato de contrapor a rebeldia dos infiéis. " Tu, ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não te insurjas como a casa rebelde; abre a boca e como o que eu te dou" (v. 8). O servo de Deus precisa ser diferente daqueles que servem vários deuses - pagãos politeístas. Se ele recusa-se a pregar contra o comportamento da sociedade, que vive de maneira incoerente com a vontade divina revelada nas Escrituras Sagradas, estará pecando por omissão e se tornando, também, um rebelde. Precisamos contrapor a rebeldia dos incrédulos para não nos tornarmos como um deles. A maneira de combater a rebeldia é se submetendo.
Ao submeter-se à palavra divina, o comissionado tem a sua vida revelada não só no íntimo, mas também, em seus pensamentos e em suas emoções, esse, pode considerar-se servo do Altíssimo. Quando o comissionado sente-se bem com Deus, sente-se consigo também e poderá servir o próximo de maneira adequada. Ezequiel teve de comer o livro contendo a Palavra de Deus, de maneira que encheu as suas entranhas (Ez 3.1-3). É assim que o filho de Deus deve fazer, ruminar a palavra de dia e de noite, para ser bem sucedido (Sl 1.1-3). Será por que não temos muitos bons pregadores instrutores da Palavra de Deus? Não seria por causa do "ventre" vazio? Lemos a palavra, mas não a comemos e muito menos a praticamos. Eis as recomendações de Paulo: "Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo" (Cl 3.16a) e; "pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo" (2 Tm 4.2).

Conclusão

Devemos atentar para o chamado de Deus, pois Ele quer a nossa atenção para que possa realizar a Sua obra, expandindo o Seu Reino celestial. A nossa capacidade vem do Espírito Santo e a nossa poderosa ferramenta de trabalho são as Escrituras Sagradas. Pregar a Palavra pura e verdadeira significa contrapor a rebeldia dos que resistem a Deus, porque essa é a missão que o Senhor nos comissionou: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho" (Mc 16.15).

Bibliografia

- Bíblia Sagrada, versão Revista e Corrigida na grafia simplificada, da tradução de João Ferreira de Almeida - Co-edição (JUERP) Imprensa Bíblica Brasileira - 4ª edição 2011;
- Revista Crescimento Bíblico para Jovens e Adultos nº 74, ano 18 (EBD);
- Dicionário Ilustrado da Bíblia de Ronald F. Youngblood e F. F. Bruce e R. K. Harrison - Ed. Vida Nova; e
- Dicionário da Língua Portuguesa, Silveira Bueno - Ed. FTD.